Varejo alimentAR
Varejo alimentAR
Por Roberto Tamaso e Bruno Furtado
VAREJO ALIMENTAR
Por Roberto Tamaso e Bruno Furtado
A pressão sobre as margens decorrente do contexto econômico desafiador persistirá no curto prazo e deve impactar os hábitos de consumo; fatores estruturais exigirão que o varejo alimentar repense sua proposta de valor, acelere a digitalização e rentabilize o omnicanal
No ano de 2021, embora o desemprego tenha caído, as pessoas ocupadas ganharam menos: com uma inflação de 10,1% e redução de 5,8% da renda média, o poder de compras do brasileiro caiu e as vendas do varejo alimentar acompanharam, recuando 2,4% em relação ao mesmo período de 20201
1. Valores reais 2021 vs 2020, atualizados para base dez/21
Fonte: Scanntech, IBGE
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Mercados de atacado que vendem para pessoas físicas e para pequenos negócios
O aperto no bolso, que foi ainda mais acentuado nas regiões Nordeste e Norte, reforçou uma mudança de hábitos que já vinha se manifestando nos últimos anos: os brasileiros têm recorrido cada vez mais ao atacarejo e a produtos mais econômicos. Por outro lado, alguns hábitos desenvolvidos durante a pandemia, como a redução na frequência de compras, se intensificaram durante 2021.
Variação do rendimento médio real do brasileiro
Reajuste real do salário dos trabalhadores
Variação da taxa básica da SELIC
Índice de Confiança do Consumidor - ICC
Variação das vendas no varejo alimentar1 em 2021 comparado com o ano anterior
Valor
Unidades
1. Valores reais 2021 vs 2020 (atualizados para base dez/21)
Fonte: Scanntech
Variação comparado ao mesmo mês ano anterior, %
2. Valores reais 2021 vs 2020, atualizados para base dez/21
Esta deterioração pode ser explicada por
Fonte: Scanntech, IBGE
R$, valor nominal
R$, valor nominal
Fonte: Scanntech, entrevista de expert, clippings de notícias
2021 vs 2020, %
Enquanto comportamentos como caçar preços mais baixos e optar por produtos mais econômicos são usualmente observados em períodos de dificuldade econômica, a redução da frequência de compras é um comportamento particular decorrente da pandemia
Bruno Furtado
Sócio sênior da McKinsey, Fev/22
Os efeitos da pandemia modificaram o comportamento do consumidor. Com o fluxo de visitas em queda em lojas físicas de rua, mas com o faturamento em alta, é possível ver que a 'compra por impulso' foi substituída gradualmente pela 'compra de destino’
Valor Investe
Nov/21
1. Dados ajustados considerando representatividade do atacarejo na receita total do varejo alimentar
Fonte: Scanntech
O atacarejo foi o único formato de varejo alimentar que cresceu no período, com aumento de 10% nas receitas desde 2020 – todos os demais formatos tiveram quedas, de -6% para supermercados e -20% para hipermercados. Movimentos recentes do setor indicam que o atacarejo deve continuar crescendo – um dos principais varejistas focado neste formato adquiriu recentemente os direitos para explorar 70 lojas de um grupo supermercadista coligado e convertê-las ao formato de atacarejo. Outra rede varejista nacional realizou uma grande aquisição1 em 2021 e deve converter parte da rede adquirida em lojas da sua bandeira nacional de atacarejo.
1. A aquisição está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE.
%, Receita estimada de varejo alimentar no Brasil1
2. Dados de atacarejo foram compostos por Euromonitor, estimativas do Ranking ABAD Nielsen e divulgação de resultado das empresas
Fonte: Euromonitor, ABAD, relações com investidores, news clippings, Scanntech, entrevista de expert, clippings de notícias
Sem uma alteração relevante na composição da cesta de compras do brasileiro, o aumento do tíquete médio verificado em 2021 foi movido principalmente pela enorme alta dos preços dos alimentos. Os aumentos mais expressivos aconteceram nas categorias de mercearia básica, como óleo de cozinha, arroz, feijão, farinha de trigo e café; e perecíveis, como carnes, produtos lácteos, vegetais e frutas. Dentro da mercearia básica, por exemplo, o óleo de cozinha, sozinho, teve um aumento de preço de 49,4% em um ano.
Tais aumentos podem ser explicados pelos desafios das cadeias de suprimentos e pelo aumento de custo dos insumos: de janeiro de 2020 a dezembro de 2021, o dólar subiu 36,2%; o gás natural para indústria subiu 47,1 %; e o diesel, essencial para um sistema logístico altamente dependente de caminhões, subiu 40,7%. Os alimentos que mais sofreram foram, portanto, aqueles mais atrelados à importação e às cadeias globais de commodities. Além disso, setores que estavam paralisados ou haviam desacelerado durante a pandemia, como hotelaria e restaurantes, voltaram a operar em 2021, impactando a demanda e gerando maiores complexidades para a cadeia de suprimentos.
2020 vs 2021, %
Fonte: Scanntech
Jan/20 – Dez/21
Food Commodity Index
Câmbio R$/USD
Gás natural para indústria
Diesel S10
IPCA acumulado 2021, dez/21
Alimentos em casa
Exemplos de alimentos impactados pelo aumento de custos dos insumos
Pêra
Milho (em grão)
Farinha de trigo
Alho
Fonte: BACEN, ARSESP, ANP, IMF
Além de diminuir a frequência de compras para preservar o distanciamento social e reduzir gastos com transporte, muitos brasileiros também recorreram a produtos mais econômicos. Essa mudança de comportamento foi uma realidade para 40% dos consumidores em 2021, comparado com 29% em 2020. As categorias mais impactadas pela migração do consumidor para produtos mais econômicos foram arroz, produtos de limpeza e de lavanderia.
2020 vs 2021, %
Fonte: McKinsey 2020-22 Global Sentiment Survey
Mesmo com a retomada da presencialidade em 2021, os consumidores brasileiros se acostumaram às facilidades do supermercado online. Embora o segmento ainda represente uma fatia pequena do varejo alimentar, em 2021 houve um crescimento de mais de 50% no e-commerce alimentar de varejistas nacionais. Em um movimento paralelo, os aplicativos de delivery de comida já estão presentes em 83% dos smartphones brasileiros.
Atraídas pelo potencial do segmento, muitas empresas estão investindo no mercado online: temos os líderes varejistas, com presença nacional e preços competitivos, reconhecidos no varejo alimentar pela marca e pela excelência na operação; os grandes marketplaces de e-commerce, que enxergam no varejo alimentar online uma maneira de aumentar a recorrência de seus consumidores; empresas especializadas, que contam com produtos específicos e de nicho, modelos inovadores (como compras por assinatura) e uma base de consumidores altamente fiéis; e os agregadores, como os apps de delivery, com modelo de negócio flexível e ultra conveniência.
do Varejo de alimentos em 2022
do Varejo de alimentos em 2022
Para conseguir se destacar em um contexto econômico desafiador e de acirramento da concorrência, os varejistas alimentares devem se preparar para seis grandes tendências que devem influenciar o setor em 2022 e nos anos seguintes.
Sensibilidade a preços em razão do contexto econômico desafiador
As projeções econômicas indicam uma economia estagnada em 2022
Crescimento
ínfimo do PIB
Taxa Selic em
dois dígitos
Dólar alto
Além disso, a inflação seguirá comprimindo o poder de compra do consumidor e as margens do varejista: o Banco Central trabalha com uma meta de 5,4% para o IPCA de 2022 (lembrando que, em março de 2021, a meta de inflação do Banco Central para 2021 era de 4,6% e o IPCA encerrou o ano em 10,1%).
Acompanhando as projeções, o indicador de incerteza na economia continua acima do período pré-pandêmico e os índices de confiança do comércio e do consumidor continuam caindo desde 2020. Para completar o quadro, o avanço da pandemia reforça a tendência de imprevisibilidade.
Aqueles que aproveitarem a sensibilidade a preço do momento para redefinir suas estratégias de marca própria podem transformar uma mudança de comportamento de curto prazo em fidelidade e rentabilidade de clientes de longo prazo.
Expansão do atacarejo e formatos focados em experiência ou conveniência
O atacarejo mantém as perspectivas promissoras e, com novas lojas e investimentos, os atacarejos nacionais devem crescer cerca de 15% em 2022. Varejistas regionais também seguem em expansão, com aberturas de capital recentes ou planejadas para os próximos anos. A tendência de crescimento e o aumento da concorrência podem apresentar desafios: em breve, além de atrair consumidores de outros formatos, os atacarejos precisarão se diferenciar entre si.
Em paralelo, as empresas continuarão experimentando formatos alternativos de conveniência física e digital para atender a novas ocasiões de compra do consumidor brasileiro e maximizar a captura de valor. Alguns dos exemplos desses formatos: apps que oferecem entregas em questão de minutos, com frete baixo ou grátis e horários amplos de operação, a preços muito semelhantes aos dos grandes varejistas; empresas que oferecem um modelo de compras programadas para produtos que exigem reposição constante;
pequenos mercados de conveniência dentro de grandes condomínios residenciais, que aproveitam a super proximidade para vender itens básicos; e novas comunidades de compras sociais, inspiradas em modelos chineses, que conectam pequenos empreendedores e consumidores com entrega de produtos a preços de atacarejo.
Enquanto isso, para preservar sua participação no mercado e rentabilizar seus espaços, os hipermercados precisam se reinventar. Com o crescimento do online, algumas das antigas vantagens do hipermercado perderam valor – o consumidor que busca um eletrodoméstico de linha branca, por exemplo, encontra muito mais comodidade para realizar sua pesquisa de preço e tem maior variedade de modelos na busca online do que nas lojas de hipermercado. Mas os hipermercados ainda são reconhecidos principalmente pela praticidade dos serviços adicionais oferecidos, bem como pelo sortimento de qualidade, diverso e completo.
Reforçar a amplitude do sortimento por meio de parcerias com varejistas não alimentares, desenvolvendo o conceito de “loja dentro da loja” ou “one-stop-shop”
Explorar espaços de loja para tornar-se um centro de serviços e estimular tráfego de clientes: praças de refeição, serviço postal, serviço bancário, serviço de estética e beleza, serviço de lavanderia, petshop, entretenimento para crianças e adultos são algumas das alternativas potenciais.
Otimizar espaços de loja para oferecer uma experiência omnicanal, com centros de distribuição em loja e pontos de retirada de mercadoria comprada online, entre outras opções, para atender às expectativas de conveniência do consumidor.
Maior interesse por categorias e produtos que entregam saudabilidade
Enquanto consumidores têm priorizado descontos e alternativas econômicas em diversas categorias de produtos, alguns segmentos seguirão crescendo, beneficiados pela evolução dos hábitos de consumo do brasileiro. Produtos com atributos de saudabilidade (ex. orgânicos, nutritivos e funcionais) continuarão a ganhar relevância e representam oportunidade de aumento de vendas para varejistas alimentares. Mais da metade (56%) dos consumidores estão dispostos a pagar mais por produtos saudáveis e orgânicos. No Brasil, o mercado de alimentos saudáveis e que promovem bem-estar deve crescer a um ritmo de 9% ao ano e chegar a um quinto do total de alimentos embalados em 2030.
2030, % do total de alimentos embalados
Fonte: McKinsey 2022 Global Sentiment Survey
Proposta de valor distintiva e foco em execução são requisitos para vencer
Com margens sob pressão e alta concorrência, vencer no varejo alimentar atualmente exige uma proposta de valor distintiva e foco estratégico na execução para otimizar recursos e gerar resultados. Com o exemplo de diversos varejistas estrangeiros e alguns nacionais liderando essa tendência, quatro propostas promissoras merecem destaque:
Digital e advanced analytics serão essenciais no varejo alimentar para melhorar a experiência do consumidor e a execução do varejista
São cada vez mais numerosas as situações em que o uso de dados e analytics pode destravar crescimento, melhorar a execução das operações e servir melhor aos consumidores no varejo alimentar. O domínio destas capacidades, ainda consideradas vantagens competitivas de alguns varejistas alimentares, passará a ser fator imprescindível para sobreviver neste mercado.
Para melhorar a experiência de compra do consumidor, o uso de dados permite
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Precificar de forma mais precisa, eficiente e adequada à sensibilidade de preços do consumidor alvo, permitindo a coleta de dados em tempo real para acompanhar suas mudanças de comportamento e expectativas – com isso, aumenta-se o tráfego em loja, o retorno sobre investimentos de ofertas e a rentabilidade do negócio, além de preservar a percepção de preço justo para o consumidor.
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Adequar o sortimento de produtos para cada loja combinando dados sobre comportamento de compras e padrões de consumo com algoritmos preditivos. Não basta mais para o varejista oferecer ao consumidor o que há de disponível e barato no mercado. Estas capacidades permitem determinar quais combinações de produtos, formatos, variantes e marcas mais se adequam aos seus consumidores, em cada uma das suas lojas.
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Garantir uma experiência personalizada e oportunidades de fidelização via marketing direcionado e programas de lealdade, que oferecem ao consumidor vantagens e experiências de compras positivas e em consonância às suas expectativas e necessidades. Deste modo, o varejista se torna cada vez mais a primeira opção que vem à mente do consumidor, aumentando a frequência de compra, conversão e ticket médio.
Já do lado das operações do varejista, o uso de dados também tem um potencial gigantesco, permitindo, por exemplo:
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Otimizar o estoque e definir perfil do pedido ideal ao calcular demanda, risco de desabastecimento e custo de perda de vendas, de modo a identificar e priorizar estoques críticos. Ferramentas afins tiveram um papel divisor de águas no início da pandemia, quando a demanda teve picos inesperados.
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Prevenir rupturas de suprimentos por meio de uma central de controle digital, que garante visibilidade de ponta-a-ponta dos processos e eventuais disrupções. Em momentos como o atual, de grande imprevisibilidade e reabertura de setores até então paralisados, uma ferramenta afim facilita e agiliza o equilíbrio entre estoque e volume de vendas, reduzindo o tempo de reação do varejista em caso de mudanças inesperadas na oferta ou na demanda.
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Definir layout de loja e dimensionamento da operação explorando a segmentação avançada dos consumidores e entendimento sobre suas jornadas de compras. O uso de dados e analytics permite identificar locais ideais para abrir lojas, definir o planograma ideal por loja, dimensionar equipes e apoio para entregar, ao mesmo tempo, um bom nível de serviço com eficiência de custos.
A volta da presencialidade e as mudança de hábitos pedem mais omnicanalidade, mas rentabilizar ainda é um desafio
Mesmo com a retomada da presencialidade (ainda que oscilante, conforme surgem novas variantes do coronavírus), o antigo normal ficou definitivamente para trás e a expectativa de conveniência do consumidor está cada vez mais alta.
A integração do online com o presencial continuará crescendo: cerca de 47% dos consumidores estão usando canais digitais para compra de alimentos sendo que a frequência de consumidores omnicanal foi 1,5 vezes maior em 2021 do que em 2020 com gastos anuais 2 a 3 vezes maiores – não é à toa que omnicanal virou um termo comum entre varejistas.
Embora a compra em loja física ainda seja o método de compra e entrega mais usado para alimentos e itens domésticos (opção de 84% dos consumidores), a compra online com entrega em casa já acompanha de perto (76% já usaram), enquanto a compra online com coleta em pontos de retirada e em loja física já foi experimentada por cerca de um quarto dos consumidores (27% e 24%, respectivamente).
dos consumidores compra alimentos por canais digitais
maior a frequência de clientes omnicanal
mais gastos anuais
% dos pesquisados - Brasil, out/20-out/21
Fonte: McKinsey 2022 Global Sentiment Survey, Pulse Survey com consumidores brasileiros no contexto da pandemia de COVID-19 Jan-Fev 2021
Mas rentabilizar o omnicanal ainda é um desafio para muitos: o crescimento das vendas online de produtos alimentares, em sua maioria com preço baixos, tem sido geralmente acompanhado por custos igualmente ascendentes, sobretudo em logística, que podem representar 12 a 20% da receita do e-commerce. Com isso, as margens se espremem e a rentabilidade se torna um horizonte distante.
Como no online o consumidor consegue comparar preços com agilidade, a concorrência fica mais acirrada para os varejistas e obter margens é mais desafiador. Grandes marketplaces e apps de delivery têm investido para crescer no segmento alimentar. Estas empresas possuem alta capacidade de investimento e conseguem oferecer preços competitivos, pois almejam antes de tudo a recorrência (para estimular a compra de outros produtos não alimentares, com margens melhores) e a fidelização de consumidores em um mercado em formação.
Para encontrar o ponto de equilíbrio entre omnicanalidade e rentabilidade, os varejistas alimentares tradicionais devem reconhecer as suas
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Lojas podem funcionar total ou parcialmente como minicentros de distribuição e dark stores, tanto para a marca própria quanto para parcerias que buscam pontos de retirada para compras online, bem como dark kitchens para restaurantes parceiros.
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Colocar um produto em destaque na loja digital entre os produtos da semana, fazer encartes digitais, banners em aplicativo e publicações em perfis de redes sociais, de modo a melhorar a preferência nos resultados de busca da categoria, são algumas das formas potenciais de rentabilização do espaço digital para o e-commerce alimentar.
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Uma longa trajetória no varejo de alimentos se constrói com o cultivo de confiança e bom relacionamento junto a uma série de pequenos, médio e grandes fornecedores. Varejistas com histórico de mercado e know-how têm potencial de gerar escala e oferecer preços mais competitivos para seus consumidores.
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Marcas tradicionais do varejo alimentar são reconhecidas no mercado pela qualidade e segurança dos produtos alimentares ofertados em suas lojas, uma vantagem que novos entrantes e empresas não-tradicionais não possuem. Os varejistas tradicionais podem dar destaque ao trabalho de bastidores que garante ao consumidor a segurança de todos os produtos ali disponíveis, mostrando como sua história está interconectada com a história dos consumidores e da cidade ou país. Ao relembrar sua tradição em determinado segmento, estimula-se a conexão emocional dos consumidores com a marca.
Em resumo, diversos desafios enfrentados pelo varejo alimentar em 2021 devem persistir nos próximos anos e irão testar a resiliência do setor. Em 2021, a deterioração do poder de compra modificou os hábitos de consumo dos brasileiros e afetou negativamente as vendas do varejo alimentar, com impacto heterogêneo nos canais e regiões; as vendas online ganharam relevância e devem seguir em alta.
Em 2022, a pressão nas margens decorrente do contexto econômico desafiador persistirá no curto prazo e deve continuar impactando os hábitos do consumidor e a dinâmica de crescimento dos canais de vendas; forças estruturais exigirão que o varejo reinvente seu modelo de geração de valor, acelere a digitalização e equacione o desafio de rentabilizar o online e omnicanal.
para que o varejo alimentar possa capturar valor
para que o varejo alimentar possa capturar valor
Sócio - São Paulo
McKinsey & Company
Sócio Senior - São Paulo
McKinsey & Company
Os autores gostariam de agradecer a:
Fernanda Hoefel, Andre Luna, Fernanda Dalbem, Juliana Paolucci, Mariana Guimarães,
Priscila Ariani (Scanntech), Rafael Lopes, Raul Polakof (Scanntech) e Tiago Vavassori (Scanntech)
pelas suas contribuições neste artigo.